Os répteis (latim científico: Reptilia) constituem uma classe de animais vertebrados tetrápodes e ectotérmicos, ou seja, não possuem temperatura corporal constante. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por uma membrana amniótica), característica que lhes permitiu ficarem independentes da água para reprodução, ao contrário dos anfíbios. Os répteis atuais são representados por quatro ordens: Testudines, Crocodylia, Squamata e Rhynchocephalia.
A pele dos répteis é seca, sem glândulas mucosas, e revestida por escamas de origem epidérmica ou por placas ósseas de origem dérmica. Com tais características a pele dos répteis apresenta grande resistência. Seu sistema respiratório é mais complexo se comparado com o dos anfíbios. Nos répteis os sexos são distintos (macho e fêmea) e a maior parte geralmente é ovípara.[1]
Os répteis são encontrados em todos os continentes, apesar de suas principais distribuições compreenderem os trópicos e subtrópicos. Não possuem uma temperatura corporal constante, são ectotérmicos e necessitam do calor externo para regulação da temperatura corporal, por isso habitam ambientes quentes e tropicais. Conseguem até um certo ponto regular ativamente a temperatura corporal, que é altamente dependente da temperatura ambiente. A maioria das espécies de répteis são carnívoras e ovíparas (depositam ovos). Algumas espécies são ovovivíparas, e algumas poucas espécies são realmente vivíparas.
Os dinossauros, extintos no final do Mesozoico, pertencem à superordem Dinosauria, também integrada na classe dos répteis. Outros répteis pré-históricos são os membros das ordens Pterosauria, Plesiosauria e Ichthyosauria.[2][3]
Classificação hierárquica dos répteis, segundo Benton (2015).[4] Grupos marcados com asterisco (*) são parafiléticos, e grupos marcados com uma cruz (†) estão extintos.
Class Reptilia
A classificação lineana dos répteis não inclui certos grupos que evoluíram a partir deles (as aves e os mamíferos), sendo por isso um grupo parafilético. Em anos recentes, grande parte dos taxonomistas defendem que a classificação deveria ser monofilética, seguindo a escola de pensamento cladística ou seja, os grupos deveriam incluir todos os descendentes de uma forma particular.[5][6] Colin Tudge diz:
Os mamíferos são um "clado", e consequentemente os "cladistas" são felizes em reconhecer o táxon tradicional dos mamíferos. As Aves são também um clado. Na realidade, Mamíferos e Aves são sub-ramos dentro do clado principal dos Amniotas. Contudo, a classe tradicional Reptilia não é um clado, mas apenas uma seção do clado Amniotas, que restou após a remoção dos grupos Mamíferos e Aves. Não pode ser definida por sinapomorfias, como seria apropriado. Em vez disso, é definida pela combinação das características que possuem e as que faltam: répteis são os amniotas a que faltam pelos ou penas, ou seja, no máximo poderíamos dizer que os répteis, na definição tradicional, são amniotas 'não-aves' e 'não-mamíferos'.[7]
Filogeneticamente, o grupo Amniota se subdivide em dois clados: Synapsida e Sauropsida. O primeiro inclui os mamíferos como os únicos representantes vivos, e o segundo inclui escamados, tuataras, quelônios, crocodilianos, aves, e vários grupos extintos.[8]
Definições modernas de Reptilia geralmente tratam o grupo como monofilético, incluindo as aves, mas não incluindo os mamíferos e seus parentes extintos que tradicionalmente eram considerados répteis.[9] Alguns consideram Reptilia e Sauropsida como sendo sinónimos[9][10], enquanto outros definem Reptilia como um clado ligeiramente menos amplo que Sauropsida, não contendo a família Mesosauridae.[8]
O cladograma a seguir, baseado na pesquisa de Laurin & Reisz (1995)[8] ilustra as relações filogenéticas dos répteis com outros amniotas:
AmniotaSynapsida (mamíferos e seus parentes extintos)
Testudines (tartarugas, jabutis e cágados)
Diapsida (lagartos, serpentes, crocodilianos, aves, etc.)
Diversas pesquisas recentes indicam que os quelônios (Testudines) na realidade pertencem ao grupo Archosauromorpha (portanto são próximos dos crocodilianos e das aves), e não em Parareptilia.[11][12][13]
Existem milhares de fósseis de espécies que mostram uma clara transição entre os ancestrais dos répteis e os répteis modernos.
O primeiro verdadeiro réptil é categorizado como anapsídeo, tendo um crânio sólido com buracos apenas para boca, nariz, olhos, ouvidos e medula espinhal. Algumas pessoas acreditam que as tartarugas são os anaspídeos sobreviventes, já que eles compartilham essa estrutura de crânio, mas essa informação tem sido contestada ultimamente, com alguns argumentando que tartarugas criaram esse mecanismo de maneira a melhorar sua armadura. Os dois lados tem fortes evidências, e o conflito ainda está por ser resolvido.
Pouco depois do aparecimento dos répteis, o grupo dividiu-se em dois ramos. Um dos quais evoluiu para os mamíferos, o outro voltou a dividir-se nos lepidossauros (que inclui as cobras e lagartos modernos e talvez os répteis marinhos do Mesozóico) e nos arcossauros (crocodilos e dinossauros). Este último grupo deu origem também às aves.
Ainda que o termo réptil pré-histórico, por definição, remeta-se aos dinossauros, que foram répteis que viveram na Pré-história, costuma-se utilizá-lo também para remeter-se às três outras maiores ordens de répteis extintos que habitaram o planeta Terra no período pré-histórico, coexistindo com os dinossauros: ictiossauros, plesiossauros e pterossauros, que ao contrário dos dinossauros, podiam nadar e voar.
Entretanto, as quatro categorias acima não foram as únicas a englobar répteis pré-históricos. Houve muitas outras espécies — algumas vieram antes dos dinossauros, como o dimetrodonte, outras foram suas contemporâneas, como o sacissauro.
|accessadoem=
ignorado (ajuda) Seres vivos, Carlos Barros e Wilson Paulino, 2013
The Variety of Life Colin Tudge, Oxford University Press, 2000
Os répteis (latim científico: Reptilia) constituem uma classe de animais vertebrados tetrápodes e ectotérmicos, ou seja, não possuem temperatura corporal constante. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por uma membrana amniótica), característica que lhes permitiu ficarem independentes da água para reprodução, ao contrário dos anfíbios. Os répteis atuais são representados por quatro ordens: Testudines, Crocodylia, Squamata e Rhynchocephalia.
A pele dos répteis é seca, sem glândulas mucosas, e revestida por escamas de origem epidérmica ou por placas ósseas de origem dérmica. Com tais características a pele dos répteis apresenta grande resistência. Seu sistema respiratório é mais complexo se comparado com o dos anfíbios. Nos répteis os sexos são distintos (macho e fêmea) e a maior parte geralmente é ovípara.
Os répteis são encontrados em todos os continentes, apesar de suas principais distribuições compreenderem os trópicos e subtrópicos. Não possuem uma temperatura corporal constante, são ectotérmicos e necessitam do calor externo para regulação da temperatura corporal, por isso habitam ambientes quentes e tropicais. Conseguem até um certo ponto regular ativamente a temperatura corporal, que é altamente dependente da temperatura ambiente. A maioria das espécies de répteis são carnívoras e ovíparas (depositam ovos). Algumas espécies são ovovivíparas, e algumas poucas espécies são realmente vivíparas.
Os dinossauros, extintos no final do Mesozoico, pertencem à superordem Dinosauria, também integrada na classe dos répteis. Outros répteis pré-históricos são os membros das ordens Pterosauria, Plesiosauria e Ichthyosauria.