Cuíca-pequena[2] (nome científico: Cryptonanus agricolai), também conhecido popularmente como catita,[3] é uma espécie de marsupial da família dos didelfiídeos (Didelphidae). Endêmica do Brasil, pode ser encontrado nos biomas da Caatinga e Cerrado.[4][1] Foi batizado em homenagem ao médico brasileiro Ernani Agricola.[5]
Distribuição
A cuíca-pequena é endêmica do Cerrado e da Caatinga e também foi coletada em zonas de contato entre esses biomas e a Amazônia nos estados do norte do Mato Grosso e sudoeste do Piauí.[6] Registros de cuíca-pequena na Mata Atlântica foram obtidos a partir de fezes de Coruja-das-torres (Tyto alba) e podem corresponder a indivíduos capturados no Cerrado, na Caatinga, ou ambos.[7] pois essas corujas podem se alimentar por longas distâncias, até aproximadamente 31 quilômetros[8]
A atual distribuição conhecida de cuíca-pequena inclui os estados brasileiros do Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins (Voss et al. (2005),[4] Bezerra et al. (2009[6] e 2014[9]), Bonvicino et al. (2012),[10] Gómes et al (2015),[11] Gurgel-Filho et al. (2015),[12] Hannibal e Neves-Godoi (2015),[13] de la Sancha e D'Elía 2015[14]). O registro de um exemplar no estado de São Paulo foi mencionado na literatura por Martin et al. (2012),[15] mas foram feitos com base em animais que foram liberados (ou seja, não há exemplares disponíveis para uma avaliação) e identificados usando critérios não relatados.
Descrição
A cuíca-pequena trata-se de um pequeno marsupial didelfiídeo (Moojen, 1943),[16] com comprimento da cabeça e corpo entre 82 e 89 milímetros, comprimento da cauda entre 104 e 105 milímetros e massa corporal em torno de 18 gramas. Apresenta uma estreita faixa de pelos escuros ao redor dos olhos, pelagem dorsal marrom-acinzada e ventral, em geral, homogeneamente esbranquiçada, sem base cinza. Sua cauda é preênsil, coberta por diminutos pelos quase invisíveis a olho nu. O dorso do focinho entre os olhos é bem mais claro que o dorso do corpo, apresentando a região periocular escura pouco desenvolvida. A região subocular é mais clara. As orelhas são curtas e apresentam a região externa do pavilhão de coloração castanho clara. A pelagem na base do lado externo da orelha é levemente alaranjada[4] Os pés são pequenos[16] com garras pouco desenvolvidas. As fêmeas não possuem marsúpio.[carece de fontes?]
O cariótipo de cuíca-pequena inclui 14 cromossomos com 24 braços principais (2n = 14, FN = 24).[4][17]
Comparações
A cuíca-pequena e Gracilinanus agilis são muito semelhantes externamente. A cuíca-pequena possui a região escura periocular menos desenvolvida que em G. agilis e Marmosa murina. A região interorbital é mais clara que nas duas últimas espécies. A cuíca-pequena não apresenta aberturas laterais no palato nem forame oval secundário como em G. agilis.[carece de fontes?]
Habitat e Comportamento
Animal noturno e semiarborícola. No Ceará, foi registrado próximo a brejo de altitude no Crato. Registrado também na Serra de Baturité, a 300 quilômetros do Crato, também é em um brejo de altitude.[4] Wellington Hannibal Lopes afirma que os espécimes de cuíca-pequena utilizam principalmente o solo e o sub-bosque ocorrendo eventualmente no subdossel.[18]
Ecologia
Dieta
Os animais do gênero Cryptonanus ocupam um nicho oportunista, e a dieta da cuíca-pequena é baseada em folhas, frutos e artrópodes.[4]
Predadores
Foi constatada a predação de indivíduos de cuíca-pequena por indivíduos de coruja-das-torres (Tyto alba)[7] e Tyto furcata[19].
Estado de Conservação
A lista vermelha da IUCN. Ver. 3.1 atribuiu a categoria "Dados Deficientes" à cuíca-pequena.[1] A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBio-MMA 2016).[20]
Referências
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↑ a b c Carmignotto, A.P.; Astúa, D.; Cáceres, N. (2021). «Cryptonanus agricolai». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2021: e.T136545A197311847. doi:. Consultado em 19 de novembro de 2021
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↑ Bonvicino, Cibele Rodrigues; Soares, Vânia Araújo; Sampaio, Roberto Cavalcanti; Bezerra, ALexandra Maria Ramos (2020). Guia dos mamíferos não voadores do Jardim Botânico de Brasília, DF, Brasil. Brasília: Heringeriana. p. 9 A referência emprega parâmetros obsoletos
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↑ «Marsupial raro encontrado em Campos dos Goytacazes». Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). 2021. Consultado em 17 de julho de 2021
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↑ a b c d e f Erro de citação: Etiqueta
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↑ Beolens, Bo; Watkins, Michael; Grayson, Michael (28 de setembro de 2009). The Eponym Dictionary of Mammals. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 5. ISBN 978-0-8018-9304-9. OCLC 270129903
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↑ a b Bezerra, A. M. R.; Carmignotto A. P.; Rodrigues F. H. G. (2009). «Small non-volant mammals of an ecotone region between the Cerrado hotspot and the Amazonian rainforest, with comments on their taxonomy and distribution» (PDF). Zoological Studies. 48: 861–874 A referência emprega parâmetros obsoletos
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↑ a b Souza, D. P.; Asfora, P. H.; Lira, T. C.; Astúa, D. (agosto de 2009). «Small mammals in Barn Owl (Tyto alba – Aves, Strigiformes) pellets from Northeastern Brazil, with new records of Gracilinanus and Cryptonanus (Didelphimorphia, Didelphidae)». Mammalian Biology. 75: 370–374 A referência emprega parâmetros obsoletos
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↑ Bezerra, Alexandra M R; Lazar, Ana; Bonvicino, Cibele R; Cunha, Adriano S (2014). «Subsidies for a poorly known endemic semiarid biome of Brazil: non-volant mammals of an eastern region of Caatinga». Zoological Studies (em inglês). 53 (1). 16 páginas. ISSN 1810-522X. doi:10.1186/1810-522x-53-16
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↑ Sumário Executivo - Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2016