Macaco-aranha ou coatá é uma denominação comum a várias espécies de primatas do gênero Ateles e família Atelidae.[1] São animais frugívoros em sua maioria, e habitam as florestas da Amazônia e América Central.
Possuem longos braços e pernas, com uma cauda preênsil, o que conferiu o nome popular, e são os maiores primatas da América.
Todas as espécies de macaco-aranha encontram-se em algum grau de extinção, devido ao desmatamento e à caça predatória, sendo que a IUCN lista duas espécies como "Criticamente em Perigo", quatro como "Em Perigo" e uma como "Vulnerável".
"Cuatá" é oriundo do tupi kua'tá.[1] "Macaco-aranha" é uma referência a seus membros e a sua cauda preensil, que são muito longos e finos, semelhantes às patas das aranhas[1]
O gênero Ateles surgiu há cerca de 13 milhões de anos, no Mioceno, se separando de um ramo que deu origem ao muriqui e ao macaco-barrigudo.[2] Tal relação filogenética é corroborada por dados moleculares, sendo divergente de filogenias morfológicas, que consideram o gênero Ateles como grupo-irmão de Lagothrix.[3][4]
O cladograma abaixo representa as relações filogenéticas dentro da família Atelidae, tal como sugerido por dados moleculares.[2][5]
AtelidaeA diversificação do gênero ocorreu no fim do Plioceno, culminando nas sete espécies e sete subespécies conhecidas:[6][7]
Os macacos-aranha são os maiores primatas do Novo Mundo: o adulto tem entre 42 cm e 66 cm de comprimento, com uma cauda de até 88 cm e pesando até 11 kg.[8] Os membros são longos e esguios, assim como a cauda, que é preênsil, o que é característico do gênero e que lhe conferiu o nome popular de macaco-aranha.[8] Tais características permite diferenciar facilmente o macaco-aranha de outros primatas de grande porte da América do Sul e Central, como o bugio e o macaco-barrigudo.[8] O polegar é muito reduzido, praticamente ausente.[9]
A área de ocorrência das espécies de macaco-aranha vai desde o sul do México até a Bolívia, habitando principalmente a floresta ombrófila de terra firme até 800m de altitude, sendo eventualmente encontrado na floresta estacional semidecidual na Costa Rica e Bolívia.[8] Estão sempre nos estratos mais altos da floresta, e nunca descem até o chão.[10]
São primatas predominantemente frugívoros com cerca de 90% da dieta constituindo de frutos, e eventualmente se alimentando de folhas jovens.[8][9] A composição da dieta é diretamente proporcional à quantidade de frutos que ocorrem no ambiente, sendo que ao haver uma escassez desse item alimentar, os macacos passam a comer brotos de folhas jovens.[11]
Formam grandes grupos, com até 30 indivíduos, mas com uma dinâmica de fusão-fissão, com a formação de subgrupos de forrageamento.[9] Os grupos caracterizam-se por uma alta dispersão das fêmeas, que acaba culminando na formação de coalizões entre os machos, que se reflete em uma baixo índice de competição entre eles e por conseqüência, um baixo dimorfismo sexual.[12] Não existe uma hierarquia linear muito clara entre os machos, que se evidencia pela ausência de um macho alfa.[13] Um grupo habita um território entre 1 e 3,9 km², muitas vezes definido por fronteiras físicas.[10] Aparentemente, apenas os machos respeitam tais limites e muitas vezes se envolvem em comportamentos agressivos (principalmente por meio de vocalizações) ao defender essas fronteiras.[10]
Por serem animais de porte relativamente grande, poucos são os predadores naturais dos macacos-aranha. Os predadores são felinos de grande porte, como a onça-pintada e a onça-parda.[14]
As fêmeas parem um filhote de cada vez, raramente gêmeos, depois de uma gestação de 226 a 232 dias e o intervalo entre uma gestação e outra é de até 50 meses em animais no estado selvagem.[10] A unidade social mais coesa no macaco-aranha é a que se mantém entre mãe e filhote até o momento em que atinge a maturidade que pode demorar até 14 meses para ser atingida.[8] Existem controvérsias quanto a existência de sazonalidade no acasalamento e nascimento de filhotes.[10]
Por exigir grandes porções de floresta, o macaco-aranha é diretamente ameaçado pelo desmatamento e fragmentação do hábitat. A baixa taxa de reprodução também torna suas populações suscetíveis à caça.[15] Por conta disso, todas as espécies do gênero Ateles encontram-se com algum grau de ameaça de extinção, segundo a IUCN, principalmente as espécies da América Central.[16] os únicos predadores dos macacos aranhas são o arpias e onças pintadas
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(ajuda) Macaco-aranha ou coatá é uma denominação comum a várias espécies de primatas do gênero Ateles e família Atelidae. São animais frugívoros em sua maioria, e habitam as florestas da Amazônia e América Central.
Possuem longos braços e pernas, com uma cauda preênsil, o que conferiu o nome popular, e são os maiores primatas da América.
Todas as espécies de macaco-aranha encontram-se em algum grau de extinção, devido ao desmatamento e à caça predatória, sendo que a IUCN lista duas espécies como "Criticamente em Perigo", quatro como "Em Perigo" e uma como "Vulnerável".