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Sagui-de-wied ( Portuguese )

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Sagui-de-wied (nome científico: Callithrix kuhlii),[4] também genericamente designado massau, mico, saguim, sauí, sauim, soim, sonhim, tamari e xauim,[5][6] é uma espécie de macaco do Novo Mundo da família dos calitriquídeos (Callitrichidae) e gênero calitrix (Callithrix). É endêmico do Brasil, da região da Mata Atlântica, ocorrendo em florestas tropicais úmidas do nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia.[4]

Etimologia

Sagui, sauí, sauim (a partir de sauhim, de 1817), xauim, soim e sonhim derivam do tupi-guarani sa'gwi ou sa'gwĩ.[7] Saguim, por sua vez, originou-se no aportuguesamento histórico do mesmo termo tupi, ou seja, çagoym (de 1511), que depois evoluiu para a forma atual em 1587.[8] Tamari tem provável origem tupi-guarani,[9] enquanto massau tem origem obscura.[10] Por fim, mico originou-se, possivelmente através do espanhol, na extinta língua cumanagota do Caribe e significa "mono de cauda longa".[11]

Distribuição Geográfica e Habitat

Essa espécie é típica das florestas costeiras do sul da Bahia,especialmente nos arredores da Reserva Biológica de Una, ocorrendo entre os rios das Contas e Jequitinhonha, ocorrendo também no nordeste de Minas Gerais. Sua distribuição geográfica parece limitada de acordo com a ocorrência da Mata Atlântica costeira, à medida que a espécie da lugar à Callithrix penicillata quanto mais longe do litoral.[12]

Ecologia e descrição

O sagui-de-wied são relativamente pequenos e pesam entre 350 e 400 gramas. Tem colocação preta com pelagem do crânio cinza e cauda anelada. Possuem áreas de pelagem branca nas bochechas, testas e ventre e tufos pretos ao redor das orelhas. Suas unhas parecem garras e carecem de polegar opositor.[13] São predados por aves de rapina, jaguatiricas e cobras. Alimentam-se de frutos sementes e outros recursos naturais disponíveis na floresta.[14]

Reprodução

A fêmea dominante de um grupo de sagui-de-wied acasala com vários machos, que depois coletivamente cuidam da ninhada. Nunca foi registrado propriamente o acasalamento, mas já se avistou os machos pavoneando-se ao redor das fêmeas com as cortas arqueadas e os cabelos eriçados, num processo que transcorre ao longo de 45 minutos. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os doze e quinze meses e os machos aos dozes meses. Pode haver duas ninhadas por ano e os filhotes sempre nascem aos pares. Apenas as fêmeas dominantes tem permissão para procriar.[13]

Quimerismo

Provou-se que uma troca mútua de células germinativas geralmente acontece entre os gêmeos em desenvolvimento no útero quimeras como a produção dos chamados - organismos contendo dois conjuntos de células, decorrente de dois zigotos diferentes - óvulos fecundados por dois espermatozoides diferentes (possivelmente produzida por dois diferentes machos). Isto implica que alguns tecidos de um organismo do sagui-de-Wied poderia vir de um segundo ( "menor") pai.[15]

Na primeira os investigadores encontraram o quimerismo entre as células do tecido sanguíneo, depois, no entanto, ficou provado que este fenômeno ocorre em todo o tipo de tecido. A implicação mais interessante deste facto consiste na possibilidade de que mesmo um espermatozoide ou um óvulo produzido por um indivíduo que podem resultar de células germinativas seu irmão - assim como uma prole de um indivíduo geneticamente acontece a descendência de seu irmão.[15]

Referências

  1. Groves, C. P. (2005). «Callithrix (Callithrix) kuhlii». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 131. ISBN 0-801-88221-4. OCLC 62265494
  2. Rylands AB; Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini): An Annotated Taxonomy». In: Garber PA; Estrada A; Bicca-Marques JC; Heymann EW; Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6
  3. Neves, L. G.; Jerusalinsky, L.; Pereira, D. G.; Bicca-Marques, J. C.; Rylands, Anthony B.; Mittermeier, R. A. (2021). «Wied's Marmoset- Callithrix kuhlii». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T3575A191701453. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T3575A191701453.en. Consultado em 17 de julho de 2021
  4. a b «Mamíferos - Callithrix kuhlii- Sagui de wied - Avaliação do Risco de Extinção de Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985 no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. Consultado em 17 de julho de 2021
  5. «Sagui». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  6. «Verbete "soim"». Dicionário Caldas Aulete. 2007. Consultado em 25 de setembro de 2016
  7. Houaiss, verbete sagui
  8. Houaiss, verbete saguim
  9. Houaiss, verbete tamari
  10. Houaiss, verbete massau
  11. Houaiss, verbete mico
  12. Rylands, A.B.; Coimbra-Filho, A.F.; Mittermeier, R.A. (2009). «The Sistematics and Distribution of the Marmosets (Callithrix, Calibella, Cebuella, and Mico) and Callimico (Callimico) (Callitrichidae, Primates)». In: Ford, S.M.; Porter, L.M.; Davis, L.L.C. The Smallest Anthropoids: The Marmoset/callimico Radiation (PDF) 3.ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 25–63. ISBN 978-1-4419-0292-4
  13. a b «Callithrix kuhlii - Weid's black-tufted-ear marmoset». Animal Diversity Web - Museu de Zoologia da Universidade de Michigão
  14. Contiero, Patrícia (211). «Sagui de Wied». Cultura Mix
  15. a b Ross, C.N., French, J.A., and Ortí, G. (2007). «Germ-line chimerism and paternal care in marmosets (Callithrix kuhlii)». Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 104. 6278 páginas. PMID 17389380. doi:10.1073/pnas.0607426104 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
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