Dryas iulia (erroneamente denominada Dryas julia, com "j", e conhecida popularmente por Julia, Flambeau[2] e, em português, Labareda[3] ou Borboleta-fogo-no-ar)[4] é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae e subfamília Heliconiinae[1], nativa do sul dos Estados Unidos até o norte do Uruguai e Argentina.[5] É a única espécie do seu gênero (táxon monotípico). Foi classificada por Johan Christian Fabricius, com a denominação de Papilio iulia, em 1775.[1]
Indivíduos desta espécie possuem as asas longas e estreitas, com pouco mais de 80 milímetros de envergadura[4], e são de coloração laranja[6] ou amarelo escuro[7], vistos dorsalmente (por cima), com uma faixa amarronzada, mais ou menos pronunciada[8], cruzando a parte superior das asas anteriores e outra bem menor, formando um triângulo agudo, logo acima.[6] Apresentam leve dimorfismo sexual, com as fêmeas menores e mais escuras que os machos.[9][10] Vistos ventralmente (por baixo), apresentam padrão de folha seca, com ou sem manchas.[11]
Uma das características de D. iulia é a sua envergadura.
Borboletas Dryas iulia geralmente são vistas voando em trilhas de florestas úmidas e decíduas, mas são comumente encontradas em áreas abertas e antrópicas, como clareiras florestais, pastagens, ao longo das margens dos rios e em jardins floridos. Se alimentam, muitas vezes coletivamente, de substâncias mineralizadas retiradas de pedras, do solo[12], de frutos[13], de animais, como jacarés ou crocodilos, e de substâncias retiradas de flores como a Lantana camara.[2][14]
Com frequência, indivíduos de D. iulia podem ser vistos sobre animais como tartarugas, crocodilos e jacarés.
Vídeo de D. iulia se alimentando em uma flor.
Os ovos de Dryas iulia são colocados em plantas do gênero Passiflora (Maracujá) e são de coloração amarela a laranja-opaca. As suas larvas ou lagartas passam por cinco estágios.[5] Dryas iulia apresenta um dos padrões de coloração mais complexos e variáveis dentre as larvas de primeiro instar em Heliconiinae (BEEBE et al., 1960). A cápsula cefálica é marrom-amarelada, restante do corpo um pouco mais claro. Conteúdo intestinal, visível por transparência após a alimentação, gerando uma faixa marrom-esverdeada. Manchas brancas e faixas marrom escuras distribuídas pelo tórax e abdome. Cerdas da cápsula cefálica marrom-escuras na base e ápice translúcido. Cerdas do tórax e abdome pretas, com a base marrom-escura e porção terminal hialina.[5]. Em seu último estágio larvar, são de coloração predominantemente branca a creme, com listras negras, manchas avermelhadas na lateral, e com projeções espinescentes sobre a superfície.[15] Segundo Otero, elas são agressivas e canibais.[12] A crisálida não é uniforme em sua coloração, constituída por diversas tonalidades de marrom e cinza.[5] O ovo de Dryas iulia alcionea (Cramer, 1779) apresenta coloração amarela a laranja-opaca, com manchas marrons, próximo à eclosão. Subcilíndrico achatado na porção apical, a base pode ser mais afilada que o ápice. Dimensões (média ± erro padrão, n =10): 1,190 ± 0,018 mm e 0,873 ± 0,012 mm para altura e diâmetro, respectivamente. BEEBE et al. (1960) e BROWN (1981); Paim; Kaminski & Moreira (2004).
D. iulia possui catorze subespécies:[1]
D. iulia alcionea é uma das mais comuns subespécies sul-americanas de D. iulia[5], aqui fotografada no Brasil.
Algumas subespécies de D. iulia possuem espécimes sem ou quase sem manchas escuras sobre as asas, como o da foto.
As borboletas Dryas iulia podem facilmente ser confundidas com a espécie Dione juno[16], da mesma subfamília, diferindo por sua maior envergadura, pelo padrão de manchas escuras das asas anteriores e por não apresentar as manchas em prata que esta última espécie apresenta, em baixo. Também podem ser confundidas com Eueides aliphera, sendo esta última menor e apresentando asas anteriores mais arredondadas, ou com Marpesia petreus, em voo.
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(ajuda) Dryas iulia (erroneamente denominada Dryas julia, com "j", e conhecida popularmente por Julia, Flambeau e, em português, Labareda ou Borboleta-fogo-no-ar) é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae e subfamília Heliconiinae, nativa do sul dos Estados Unidos até o norte do Uruguai e Argentina. É a única espécie do seu gênero (táxon monotípico). Foi classificada por Johan Christian Fabricius, com a denominação de Papilio iulia, em 1775.