Epidendrum (em português: Epidendro) é um género botânico pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae). Por incluir mais de 1100 espécies, é apelidado por alguns autores de mega-género.[1]
Quando, em 1763, Carolus Linnaeus deu o nome ao género, incluiu neste todas as orquídeas epífitas que conhecia. Hoje poucas dessas orquídeas continuam incluídas neste género, o que não impede que o número total de espécies do género continue a crescer.
O nome deste gênero (Epi.) deriva da latinização de duas palavras gregas: επί (epi), que significa "sobre", "em cima de"; e δένδρον (dendron), que significa "árvore"; referindo-se à maneira como vivem as espécies deste gênero, ou seja a sua natureza epífita.
Dentre outros cuja aceitação é discutida, temos como sinônimos geralmente aceitos de Epidendum os seguintes gêneros:
Conforme a delimitação que se adote ao considerar este gênero, chegamos a cerca de mil e quinhentas espécies, distribuídas do sul dos Estados Unidos à Argentina, desde o nível do mar até quatro mil metros de altitude. Há mais de cem em solo brasileiro. Espécies novas tem sido descritas constantemente e provavelmente muitas outras ainda serão encontradas, principalmente nas vastas áreas da Amazônia que permanecem inexploradas. É um dos gêneros com maior número de espécies em nosso país e no mundo.
As principais características que distinguem este gênero dentre as outras Laeliinae são o rostelo fendido, e o labelo soldado à coluna em todo seu comprimento, formando um tubo que continua pelo pedicelo.
É um gênero bastante variável em morfologia e hábitos pois habita de florestas frias sombrias e úmidas nos Andes, aos secos cerrados brasileiros, onde vive sob sol pleno, em meio às rochas, e também os sufocantes e abafados pântanos da Flórida.
Conforme a definição adotada, podem ser epífitas, rupícolas e mesmo terrestres; desde miniaturas de dois centímetros de altura até gigantes de dois metros. Alguns são pendentes, alguns rasteiros, outros eretos, uns possuem pseudobulbos, alguns um longo caule com folhas dísticas, outros apenas curtos caules forrados de folhas dísticas carnosas.
Além das características citadas acima, que servem para diferenciar estas espécies das outras Læliinæ, grande parte das espécies, com inumeráveis exceções, caracterizam-se por apresentarem pseudobulbos caulinos alongados, com rizoma mais ou menos curto, assim em regra de crescimento cespitoso, recobertos de folhas dísticas mais ou menos espaçadas. As qualidades dessas folhas variam enormemente. A inflorescência quase sempre é apical. As flores em regra muitas e pequenas, de cores variadas mas verdes são comuns. as pétalas costumam ser mais estreitas que as sépalas, geralmente atenuadas para a base. O labelo é soldado ao longo de toda a coluna, o lobo mediano muitas vezes tri ou tetralobulado, com diversas calosidades ou carenas diferentes perto da base.
Epidendrum foi um dos primeiros gêneros de orquídeas tropicais a serem publicados. O foi pelo criador do sistema de classificação dos seres vivos, Lineu, em Systema Naturae, Editio Decima 2: 1246., em 1759, com a descrição da espécie Epidendrum nodosum L. coletada em Porto Rico, hoje conhecida como Brassavola nodosa. O Epidendrum nocturnum Jacquin, foi selecionado posteriormente como sua nova espécie tipo para evitar a alteração do nome de mais de mil espécies quando a antiga planta tipo de Epidendrum foi removida para o gênero Brassavola''. O nome do gênero é uma referência ao fato das primeiras orquídeas atribuídas a este gênero serem epífitas.
Sua circunscrição exata, ou seja, que espécies pertencem a este gênero e quais devem ser atribuídas a outros é discutível. Epidendrum já incluiu muitas espécies hoje pertencentes a outros gêneros, como Encyclia e Prosthechea. Quando Lineu propôs a criação de Epidendrum, havia somente oito gêneros de orquídeas, assim praticamente todas as primeiras orquídeas epífitas descobertas eram classificadas como Epidendrum. Ao longo dos anos, conforme outras espécies foram sendo descobertas e agrupadas, muitos outros grandes gêneros foram criados a partir dele. Sua delimitação foi se estreitando, no entanto, o gênero sempre tem servido para agrupar espécies de Laeliinae que não encaixam bem em outros gêneros. Isso acontece também com diversos outros gêneros da família Orqchidaceae, os principais dentre eles são Pleurothallis, 'Bulbophyllum, Oncidium, Maxillaria e Dendrobium. Todos estes gêneros são grandes e por demais heterogêneos.
A longo das décadas, a classificação de Epidendrum passou por diversas mudanças conforme os conceitos adotados pelos taxonomistas. Houve época em que se preferia dividir mais e então o gênero diminuía de tamanho, depois surgiam novos taxonomistas com outros conceitos e juntavam tudo novamente. Nos últimos anos Eric Hágsater é o mais conhecido especialista em Epidendrum. Há algum tempo ele subordinou ao gênero muitos gêneros menores bem conhecidos. No entanto, a mudança do conceito de classificação das espécies hoje passa por grandes mudanças com a incorporação dos conceitos oriundos da filogenia, ou seja, acrescentando informações sobre a evolução das espécies a partir de pesquisas genéticas. Destarte, enquanto para breve esperamos novas propostas de classificação dos gêneros incluídos em Epidendrum, com aceitação de alguns e exclusão de outros, ainda retemos aqui os gêneros em uso comum no Brasil. Assim fazemos pois muitos taxonomistas consideram que a maior divisão no nível de gênero é mais didática que divisões em níveis de subgênero ou seções. Mormente porque Epidendrum já é por si só um gênero excessivamente grande.
Segundo a filogenia de Laeliinae publicada no ano 2000 em Lindleyana por Cássio van den Berg et al., Epidendrum, junto com muitos desses pequenos gêneros, forma um dos oito grandes clados de Laeliinae, inserido entre os grupos de Myrmecophila e de Scaphyglottis. É importante notar que o trabalho de Van den Berg, principalmente no grupo que inclui Epidendrum ainda é apenas um estudo preliminar. Poucas espécies de Epidendrum foram amostradas e nenhuma análise mais completa de sua filogenia foi publicada até este momento. Ainda segundo este trabalho, algumas espécies aparecem afastadas do grupo maior. Ou estas espécies teriam que ser agrupadas em novos gêneros ou realmente quase todos os pequenos gêneros seriam subordinados novamente a Epidendrum.
É interessante notar que a despeito da enorme quantidade de espécies, nenhum grupo realmente grande pode ser separado de Epidendrum até agora. Claro que não nos referimos a gêneros como Encyclia uma vez que a separação destas é clara e indiscutível. Falamos sim dos gêneros discutíveis, como Nanodes e Amblostoma. São sempre gêneros com dez espécies ou menos, que não resolvem o problema do enorme tamanho do gênero principal. Obviamente Epidendrum pode acabar sendo um gênero muito grande mesmo, no entanto melhor definido.
Os gêneros Nanodes, Amblostoma, Caularthron, Coilostylis, Anacheilium, Hormidium, Encyclia, Prosthechea, e Lanium, até que exista consenso entre os especialistas, são tratados em separado. Informações sobre Kalopternix e Neolehmannia estão em Nanodes, sobre Auliza em Coilostylis, sobre Euchile em Prosthechea.
Certamente diversos destes gêneros não se sustentam, outros apenas permaneceram esquecidos e espécies que poderiam estar subordinadas e eles o foram a Epidendrum. Caso alguns venham a ser validados, e provável que o número de suas espécies aumente e sua definição seja revista e aprimorada.
Há ainda algumas espécies que também não se encaixam bem em Epidendrum mas que nunca foram subordinadas a outros gêneros são elas o Epidendrum stamfordianum, cuja inflorescência é basal e o Epidendrum marmoratum, com pseudobulbos fusiformes e inflorescência lateralmente comprimida com flores manchadas de branco e marrom.
Esse gênero foi dividido em muitas seções ao longo dos anos. Em vez de nos referirmos a elas, já que muitas não são geralmente aceitas e encontram-se bastante desorganizadoas, ou resultaram confusas, preferimos descrever os grupos mais importantes em que se dividem as espécies brasileiras. Não pretendemos esgotar o assunto nem relacionar todas as espécies mas apenas apresentar uma breve visão geral dos grupos mais representativos ou interessantes. Por motivos didáticos, trazemos os grupos sob os nomes dos representantes mais conhecidos, sem preocuparmo-nos com prioridades nomenclaturais:
Há ainda outros grupos de menor importância e diversos grupos intermediários.
o gênero Epidendrum tem sido usado frequentemente na obtenção de híbridos intergenéricos procurando, conforme o caso, transmitir aos seus descendentes algumas características particulares deste principalmente sua robustez, coloração, e abundância ou intrigante formato de suas de flores. São gêneros híbridos de Epidendrum os seguintes, considerando a taxonomia tradicional, pois muitoas alterações recentes têm ocorrido na circunscrição dos gêneros citados:
Epidendrum (em português: Epidendro) é um género botânico pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae). Por incluir mais de 1100 espécies, é apelidado por alguns autores de mega-género.
Quando, em 1763, Carolus Linnaeus deu o nome ao género, incluiu neste todas as orquídeas epífitas que conhecia. Hoje poucas dessas orquídeas continuam incluídas neste género, o que não impede que o número total de espécies do género continue a crescer.