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Peixe-boi-da-amazônia ( Portuguese )

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Trichechus inunguis (Natt.), conhecido popularmente como peixe-boi, guaraguá,[1] manati,[2] peixe-boi-da-amazônia, manatim e manatim-da-amazónia,[3] é um mamífero da família dos triquecídeos que é encontrado em rios e lagos da Bacia Amazônica e da Bacia do Rio Orinoco[2]. Tais animais chegam a medir até 2,8 metros de comprimento, possuindo um corpo cinzento e uma grande mancha esbranquiçada no peito.

Etimologia

"Guaraguará" é um termo proveniente do tupi, que significa "comedor", "o que muito pasta"[4]. Já Trichechus, do grego significa "ter cabelos" e inunguis "sem unhas" [5].

Taxonomia e Sistemática

Através de datação é possível afirmar que os antepassados dos animais da ordem dos sirênios tiveram sua origem no Eoceno, no qual sua distribuição e diversidade eram superiores, incluindo até mesmo indivíduos carnívoros[6]. A ordem Sirenia é atualmente representada por duas famílias com dois gêneros vivos e cinco espécies. O T. inunguis é um dos três representantes da família Trichechidae, juntamente com o Trichechus manatus e o Trichechus senegalensis, e foi oficialmente identificado nesse táxon por Johann Natterer em 1883[7].

Inicialmente os peixe-bois foram classificados por Lineu juntamente com outros mamíferos devido a seu peculiar método de locomoção e ausência de incisivos, criando assim o grupo denominado Bruta que incluía os elefantes, preguiças, pangolins e tamanduás[6]. Seus parentes mais próximos atualmente são os elefantes e hiracóides, sendo classificado como penungulado junto com estes em 1945 pelo paleontólogo George Simpson[8].

Análises filogenéticas discordam sobre a melhor forma de representar a cladística das três espécies do gênero Trichechus, visto que alguns estudos mostram que entre as espécies de peixe-boi ainda existentes, o T. inunguis representa a espécie mais basal. Sendo assim, T. manatus e T. senegalensis seriam duas espécies provavelmente derivadas do mesmo ancestral marinho. Essa mesma proposta dita que as espécies marinhas sejam monofiléticas, o que implica em uma separação do T. inunguis há muito tempo[9]. Da mesma forma, há especulações acerca de uma relação entre o peixe-boi-da-amazônia e o peixe-boi-africano, embora não haja sinapomorfias morfológicas apoiando tal hipótese[10]. O cladograma ilustra as relações filogenéticas entre as espécies de peixe-boi viventes.

Sirenia
Trichechidae Trichechus

Trichechus senegalensis



Trichechus inunguis


Trichechus manatus

Trichechus m. manatus



Trichechus m. latirostris






Biologia e História Natural

Descrição das características da espécie

O Peixe-boi-da-amazônia possui peso igual ou maior que 480 quilogramas, e seu comprimento pode atingir aproximadamente 3 metros, sendo considerado a menor espécie da ordem Sirenia[11]. Dentre suas características marcantes está a ausência de unhas nas nadadeiras peitorais (membros anteriores), a presença de duas mamas próximas às axilas e manchas brancas na região ventral da maioria dos indivíduos adultos, mesmo tendo a pele variando predominantemente de cinza a preto [12] [13].

Sua pele é ondeada e enrugada, com dobras profundas ao redor da cabeça, na junção das nadadeiras e na base da cauda, a qual também possui espessura entre 8 e 16 mm coberta por pelos finos, sendo mais numerosos nas nadadeiras. O T. inunguis tem lábios de textura grossa e com numerosas cerdas queratinizadas, mais rígidas na região interna desses lábios e direcionadas ventralmente [14][15][16].

Tal espécie animal é classificada como selenodonte, tendo em vista a fórmula dental 0 0 , 0 0 , 0 0 , 6 6 {displaystyle {0 over 0},{0 over 0},{0 over 0},{6 over 6}} {displaystyle {0 over 0},{0 over 0},{0 over 0},{6 over 6}}, sendo seus dentes molares paralelos à margem da língua, característico de herbívoros, para a maceração de fibras duras[15]. Ademais, ao nascerem possuem incisivos que permanecem submersos na gengiva, logo não são funcionais. Tendo em vista os dentes molares, estes quando desgastados são substituídos por outros, de maneira que as fileiras de dentes são estimuladas pelo processo de mastigação a se moverem aproximadamente 1 mm por mês, ao longo da vida do animal[17].

Além disso, as espécies do gênero Trichechus contam com aproximadamente cinquenta vértebras agrupadas em: seis cervicais, dezessete torácicas, três lombares e vinte e quatro caudais[15]. Ossos pélvicos são ausentes[14].

A escápula de T. inunguis é estreita, formando a cintura peitoral[12], o esterno constitui-se de um único osso e por um processo lateral está dirigido para trás[15]. Compondo o membro anterior, ou seja, a nadadeira peitoral, está o úmero que nesses animais é fino e leve[12], ao contrário de outras espécies de peixe-boi, em que ele é pesado, tendo 22,3 cm de comprimento[15]. Conectados a esses ossos, estão outros curtos e quase que dos mesmo tamanho, o rádio e a ulna, com os quais quatro e um elemento que constituem o carpo estão articulados, respectivamente[15]. Conectados ao carpo estão cinco metacarpos, que diferentemente de outras espécies do gênero Trichechus, são mais compridas e como dito anteriormente, em suas extremidades as unhas estão ausentes[12].

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Esqueleto ósseo de um Sirênio.

Seu crânio na fase adulta podem medir 360 mm. Os ossos nasais tem forma de discos losângicos medindo de 3 a 6 mm de grossura, estendidos posteriormente, enquanto que os ossos temporais são direcionados lateralmente[12]. Algumas diferenças entre o crânio de T. inunguis e T. senegalensis podem ser citadas: o forame parietal está ausente em T. inunguis, o qual também possui uma sutura sagital pouco desenvolvida e o forame magno estreito, quando comparado a T. senegalensis[15].

O canal nasal e a laringe formam um tubo contínuo até os pulmões, os quais são longos e cilíndricos, enquanto que o diafragma estende-se horizontalmente atrás dos rins, próximo a terceira costela indo até a pelve[15][14]. Cabe também dizer que o coração, pulmões e rins se encontram em uma câmara superior, e em uma inferior a bexiga, fígado, estômago e intestino, o qual tem aproximadamente 15 metros[14]. A temperatura corporal é instável variando entre 33 e 37ºC [18].

Com relação a genética, seu cariótipo é constituído de cinquenta e seis cromossomos[12].

O Peixe-boi-da-amazônia apresenta diferenças entre o macho e a fêmea, considerando sua forma corporal, exceto em seu tamanho[11]. Nas fêmeas a abertura urogenital se encontra na região ventral, próxima e anterior ao ânus. Essa abertura está ligada a vagina por uma estrutura denominada vestíbulo, canal conectado ao trato reprodutivo e urinário. Tanto à vagina quanto o vestíbulo possuem dobras que aumentam o tamanho dessas estruturas durante o acasalamento e, após a remoção do pênis, diminuem, controlando a entrada de água no útero[19]. Os machos possuem testículos achatados, estendendo-se da massa muscular pélvica até a base do abdômen, não alterando de tamanho, sendo a cópula dependente da glande[14].

Reprodução e ciclo de vida

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Um bebê Trichechus inunguis no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ​​(IBAMA) em Breves - Estado do Pará - Ilha de Marajó - Brasil.

T. inunguis se reproduz sazonalmente, tendo um longo período reprodutivo que está intimamente relacionado às estações chuvosas da região Amazônica. Quando o nível da água dos rios se eleva, inicia-se a cópula, entre os meses de Dezembro e Junho[20][21]. Tal comportamento ocorre em águas profundas, quando o macho bate sua cauda na região genital da fêmea, como um sinal para que ela relaxe os músculos e permita a introdução do pênis, no momento em que ela está mais receptiva, o qual dura em média de 20 a 27 dias, conforme estudos realizados em cativeiro [22].

De maneira geral o período de gestação dos Sirênios é de aproximadamente 12 a 14 meses[23], no entanto, para T. inunguis estima-se que seu período seja de 11 a 12 meses, gerando um único filhote entre os meses de Fevereiro e Maio, tendo baixa taxa reprodutiva[24][22].

Ademais, as cheias na bacia Amazônica proporcionam abundância de vegetais aquáticos e semiaquáticos, tendo em vista a importância nutricional para as fêmeas que tem de investir alta quantidade de energia durante a gestação e também no período de lactação, para a criação de seu filhote, que serão mantidos até o período com baixo nível de água nos rios[24].

Embora a maturação sexual ocorra por volta de 5 a 10 anos, a relação mãe-filho perdura por no mínimo dois anos, permanecendo até um próximo nascimento, sendo a única interação duradoura entre os indivíduos, tendo em vista o seu hábito relativamente solitário [11][14].

Alimentação

O Peixe-boi-da-amazônia é um herbívoro não ruminante, que alimenta-se de gramíneas predominantemente aquáticas, principalmente emergentes, podendo consumir em pequenas quantidades algumas espécies terrestres, presentes nas margens dos rios. Sua alimentação é mais restrita e seletiva em épocas de cheia, porém se torna mais diversa com a menor disponibilidade dos alimentos preferenciais [20][25]. De acordo com análises estomacais feitas em 1981, 96% das amostras continham a gramínea Paspalum repens e a macrófita canarana (Echinochloa polystachya), sugerindo que estas estão entre as mais consumidas[25].

A quantidade vegetal ingerida corresponde a cerca de 8% de seu peso corporal, sendo que 45 a 70% do que é consumido é absorvido pelo organismo para transformação em energia[20].

Possui também uma importante função na ciclagem de nutrientes do ecossistema, visto que seus excrementos contém compostos nitrogenados em abundância, o que auxilia na manutenção da produção primária, como o desenvolvimento de fitoplânctons e crescimento de macrófitas, por exemplo[20][21].

Comportamento

Há uma carência de informações em relação ao comportamento e do peixe-boi-amazônico em vida livre. Isso pode ser atribuído às águas turvas em que vivem, mas principalmente a seus hábitos crípticos e arredios[11]. Apesar dos raros registros, são considerados animais com pouca interação entre si, com exceção das épocas reprodutivas e do cuidado parental duradouro entre mãe e filhote (em torno de 2 anos), sendo que a mãe pode carregar o filhote nas costas ou abraçado junto ao corpo[26]. Embora as informações sejam insuficientes, nas áreas de forrageamento já foram avistados grupos de quatro a oito indivíduos, como também um único espécime[27].

Em cativeiro há relatos de que indivíduos foram vistos se abraçando, nadando e circulando pelo tanque juntos, além de se envolvendo em brincadeiras sexuais[26][12].

Aspectos históricos e culturais

Apesar da alta taxa de preservação que se encontra atualmente no bioma amazônico, este ambiente passou por uma apropriação de seus recursos naturais de forma insustentável, impostas por políticas públicas inadequadas e ultrapassadas, característicos da época[28].

Nessa significável apropriação e uso de diversos recursos pertencentes à Amazônia, também se encontra a interação com diferentes tipos de animais silvestres ali presentes[29], incluindo o peixe-boi-da-amazônia que tem sua ocorrência natural na região comentada e seu manuseio centenário pelas populações tradicionais.

De início, por volta de 1850, o peixe-boi amazônico fora utilizado pelos colonos, meramente, para fins alimentares, tendo uma valorização formidável de sua carne cozida em sua própria banha que é chamado de “mixira” seguido do seu couro[30]. Quase um século depois, por volta de 1930, o preço do couro do T. inunguis fora mais alto por uma faixa de tempo pela intensa utilização desse recurso nas indústrias pelo Brasil e mundo, auxiliando na confecção de produtos como exemplo de polias, mangueiras, correias de transmissão, entre outros fins[30].

Na década de 60, mais especificamente em 1967, fora criada a Lei de Proteção à Fauna Silvestre no Brasil (Lei n° 5.197) que, em outras palavras, proibia, majoritariamente, a caça, pesca e venda de animais silvestres naturais do Brasil, sendo considerada a primeira lei de proteção efetiva ao peixe-boi-da-amazônia por atingi-lo diretamente[29]. Nas décadas posteriores foi redobrada a atenção em relação ao T. inunguis por conta do decaimento no número de indivíduos na bacia amazônica sendo em 1982 considerada uma espécie vulnerável pela IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza)[29]. Já ameaçado de extinção, o Brasil decretou mais leis de proteção à fauna nativa na década de 90[29].

O peixe-boi-da-amazônia possui uma enorme importância cultural na região, não só por ser uma fonte de alimento local que perpetuou muitas gerações da população ribeirinha e que hoje vem sendo estimulada a não consumir mais esse tipo de carne, mas também participa de muitos mitos e lendas na Amazônia sendo a sua existência importante para a etnoconservação desses aspectos regionalmente[31].

Muitas dessas lendas remetem ao surgimento do peixe-boi-da-amazônia, uma delas indígena denominada “A festa da moça nova”, se destaca como um ritual de iniciação feminina que acontece quando a menina menstrua pela primeira vez[32]. Certa vez, em uma dessas festas, o pajé da tribo desconfiou que a menina já estava namorando um rapaz da tribo e como castigo, durante a festa, mandou que ambos mergulhassem no rio e jogou sobre eles duas talas de canarana enfeitiçadas, e quando o casal emergiu já haviam se transformado em peixes-bois[33].

Dentre dezenas de outras crenças que circulam na região, se encontra a crença de que a carne do peixe-boi possui poderes afrodisíacos e, além disso, capaz de curar diversas enfermidades que atingem o ser humano, sendo bastante vendida em feiras regionais[31].

Ameaças e Conservação

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Trichechus inunguis. Foto: Matheus Lopes/ICMBioCMA.

No planeta, habitou-se 36 espécies registradas de sirênios[34], porém atualmente existem apenas 4 espécies (consideradas vulneráveis de extinção pela IUCN), incluindo T. inunguis[35]. O peixe-boi-da-Amazônia é uma espécie de mamífero aquático exclusiva da Amazônia, isto é, endêmica da região[11].

Desde 1542, a espécie tem sofrido com a caça na Amazônia[36]. Inicialmente, a carne de peixe-boi (mixira) era destinada somente para subsistência das tribos indígenas presentes na região. No entanto, com a chegada da indústria de couro (1935 a 1954), a espécie sofreu com caças descontroladas, alcançando em torno de 4.000 a 7.000 peixes-boi mortos por ano. O couro era utilizado como material para produção de couro mais resistente[37]. As caças deixaram de ser frequente a partir de 1954, quando o couro sintético começou a chegar no mercado. As caças, então, deixaram de ser para extração de couro e voltaram para subsistência[11]. O consumo de mixira é comum na Amazônia, sendo a principal fonte de proteína da população ribeirinha. Fêmeas prenhas ou paridas são alvos preferenciais dos caçadores pois fornecem, além do filhote, maior quantidade banha para consumo. Essa prática é uma das ameaças enfrentadas pela espécie nas últimas décadas[34].

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Programa de reintrodução de T. inunguis realizado pelo INPA e colaboradores. Foto: Adriana Miranda/ICMBioCMA

Outra ameaça contra os manatis é a destruição e degradação ambiental, causadas pelo aumento de tráfegos de grandes cargueiros e pelas atividades petroquímicas (extração e transporte de óleo e gás). O setor hidroviário está sendo bastante intensificado em decorrência de aumento da ocupação humana e, com isso, maior procura pela proteína animal. Além disso, existem outras ameaças que também afetam diretamente o peixe-boi: atividades impactantes das mineradoras e do garimpo; a contaminação por agrotóxicos e fertilizantes; e os programas agropecuários em larga escala, como o plantio de soja na Amazônia e a criação de búfalos em áreas de várzea[34].

Em síntese, as ameaças contra T. inunguis são: caça indiscriminada e comercial, caça de subsistência, alteração e destruição dos habitats, emalhes, colisões com embarcações, ingestão de lixo, poluição sonora, mudanças climáticas, doenças e risco de problemas genético[34].

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Programa de reintrodução do Peixe-boi amazônico (T. inunguis). Foto: Matheus Lopes/ICMBioCMA.

Há várias instituições ligadas à conservação de mamíferos aquáticos que possuem iniciativas de cuidados de filhotes órfãos de peixe-boi-da-Amazônia em decorrência de caça ilegal. O Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA/INPA), por exemplo, desenvolveu leite com fórmula específica para esses filhotes. Outras instituições além do LMA, como Centro de Pesquisas e Preservação dos Mamíferos Aquáticos (CPPMA/Manaus Energia S.A.) e Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), atuaram no resgate e reabilitação de filhotes órfãos, somando ao todo 70 peixes-boi abrigados. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) também teve essa iniciativa, porém abrigou os órfãos em tanque flutuante no ambiente natural, com a participação da comunidade local[34].

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Reintrodução de T. inunguis com equipamento para monitoramento. Foto: Adriana Miranda/ICMBioCMA.

Quando os indivíduos chegam à fase de subadultos, são reintroduzidos na natureza; como em 2007, o CMA realizou soltura de um macho e uma fêmea subadultos no entorno de Santarém (Pará), a fêmea foi monitorada. Outro caso é a reintrodução monitorada de dois machos pelo INPA (Instituto de Pesquisa Amazônica) em 2008[34]. O caso de maior destaque pelo número de indivíduos soltos aconteceu em 2019, graças ao CMA, INPA e AMPA (Associação Amigos do Peixe-Boi). Essa soltura foi feita com 12 indivíduos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Pigaçu-Purus, onde teve recepção da comunidade local[38][39].

Além da reabilitação de filhotes, outra medida que é tomada em prol à conservação dos peixes-boi é a parceria entre centros de pesquisa e unidades de conservação (UCs).

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Equipamento usados para monitoramento do Peixe-boi Amazônico (Adriana Miranda/ICMBioCMA).

Centros de pesquisas (como CMA, LMA e outros) são essenciais porque fornecem informações sobre peixes-boi-da-Amazônia (consideradas espécies-bandeira em certas UCs), e as unidades de conservação, por sua vez, utilizam esses conhecimentos aplicando nos manejos necessários para a conservação desses animais. A Reserva Extrativista de Tapajós-Arapiuns, por exemplo, é uma área que, graças à sua parceria com CMA, é relevante na preservação de T. inunguis. O apoio da comunidade local é a parte mais importante do processo, como aponta Luna e colaboradores[34]:

"A comunidade de Anumã, localizada à margem oeste do rio Tapajós, aderiu à causa de maneira plena, graças ao empenho da equipe coordenada pelo CMA/ICMBio, que conseguiu sensibilizar a comunidade de maneira a envolvê-la no processo. Hoje todos em Anumã sabem a importância de preservar a natureza, colaboram com a unidade de conservação e com as atividades do CMA/ICMBio. A comunidade é a parte mais importante do processo de gestão."

Referências

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