O Mussismilia braziliensis, conhecido como coral-cérebro, é uma espécie de coral endêmica da região do Arquipélago de Abrolhos, situado no litoral do Extremo Sul da Bahia, Brasil. Possui aparência e formato que lembram a de um cérebro humano, razão de seu nome popular. Este animal pertence ao Filo Cnidaria, classe Anthozoa, ordem Scleractinia, família Mussidae e juntamente com outras espécies, forma um complexo coralino único que abriga a maior biodiversidade no Atlântico Sul. Além disso, essa espécie teve grande importância para a criação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos em 1983, o primeiro parque nacional marinho brasileiro.
O coral-cérebro é uma espécie hermafrodita, possuindo as células reprodutivas para ambos os sexos em um mesmo indivíduo. No processo de reprodução, ocorre fecundação externa na qual os gametas são dispersos de maneira sincronizada na água. Em seguida, as larvas se desenvolvem até a forma de plâncton dos cnidários (pólipos) que são levados pelas correntes e marés até ocorrer a fixação no substrato ou ser predado por outros organismos.
A colônia dessa espécie forma um dos ecossistemas mais ricos existentes em todo o planeta. Os recifes de corais da região dos Abrolhos são reconhecidos mundialmente por sua grande biodiversidade e alta taxa de endemismo. Também possuem estruturas únicas chamadas de “chapeirões” que são colônias desses animais, principalmente de corais-cérebro, que se erguem desde o fundo e se abrem em formato de arco próximo à superfície, formando colunas em forma de domos, podendo chegar a 20 metros de altura.
Entre diversas pressões, o M. braziliensis, assim como as demais espécies de corais são severamente afetados pela alta taxa de sedimentação. Após a revolução industrial, o fluxo antropogênico de matéria despejado em rios e mares se tornou três vezes maior do que o volume antes a esse evento. A deposição em grande quantidade dessas partículas sobre as colônias impacta negativamente em vários aspectos, como redução da fotossíntese, abrasão (lesão tecidual), sufocamento e redução e consumo de energia, que, por fim, promovem um desequilíbrio metabólico e comprometimento da integridade física. Isso pode ser intensificado quando nessa turbidez há a presença de matéria orgânica associada ao sedimento, provocando a redução da luminosidade.
Porém, diferente do que ocorre em outras partes do globo onde os recifes normalmente se encontram em condições oligotróficas, no Brasil, frequentemente os ecossistemas recifais estão expostos à altas taxas de sedimentação comparado à outras regiões do mundo. Para sobreviverem a esse tipo de ambiente, as espécies de corais brasileiras possuem mecanismos adaptativos muito específicos.
O coral-cérebro possui essas adaptações ao ambiente com nível de turbidez extremamente alto, o que lhe permite se desenvolver-se muito bem nessas águas, a ponto de ser a principal espécie construtora do banco do Abrolhos. Desse modo, podemos considerar que essa espécie possui uma alta tolerância à sedimentação. Entre suas adaptações que lhe permitem isso, podemos destacar a sua forma hemisférica. Diferentemente de outras espécies que podem apresentar invaginações ou achatamento, havendo assim espaços para a retenção dessas partículas, o formato hemisférico do M. braziliensis facilita a remoção do material acumulado, não havendo tantos espaços para sobreposição de sedimentos.[2]. Assim, impulsionado pela gravidade e movimento da água, grande parte do material que se depositar sobre a sua superfície pode ser disperso mais facilmente[3]
Há também a ocorrência da associação de matéria orgânica com o sedimento que possibilita o agravamento do dano sobre o coral, fazendo com que haja a proliferação de microrganismos. M. braziliensis possui uma microbiota muito específica, podendo ser única para cada indivíduo, servindo-lhe como uma proteção. Porém, com o aumento de matéria orgânica associada ao sedimento, essa proteção pode ser comprometida, fazendo com que o pólipo venha ter diversas doenças. Essas patologias são causadas principalmente por proteobactérias que formam colônias sobre os pólipos. Isso, juntamente com outros fatores, oferece grande risco à essa e outras espécies de corais. Há projeções que apresentam um cenário de extinção em massa do coral-cérebro caso a taxa de mortandade relacionada a doenças não for revertida.[4]
Por fim, a resposta para a alta taxa de endemismo na região dos Abrolhos é atribuída a essa tolerância que os recifes brasileiros apresentam ao ambiente com alto nível de sedimentação. É essa capacidade de se desenvolver efetivamente nesse ambiente que torna o coral cérebro e outras espécies brasileiras tão únicas em todo mundo.
No Brasil, foi avaliada como vulnerável na Lista de espécies ameaçadas de extinção do Estado do Espírito Santo;[5] em 2014[6] e 2018, respectivamente, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7][8] e em 2017, como vulnerável na Lista do grau de ameaça das espécies de Flora e Fauna do estado da Bahia.[9]
O Mussismilia braziliensis, conhecido como coral-cérebro, é uma espécie de coral endêmica da região do Arquipélago de Abrolhos, situado no litoral do Extremo Sul da Bahia, Brasil. Possui aparência e formato que lembram a de um cérebro humano, razão de seu nome popular. Este animal pertence ao Filo Cnidaria, classe Anthozoa, ordem Scleractinia, família Mussidae e juntamente com outras espécies, forma um complexo coralino único que abriga a maior biodiversidade no Atlântico Sul. Além disso, essa espécie teve grande importância para a criação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos em 1983, o primeiro parque nacional marinho brasileiro.
O coral-cérebro é uma espécie hermafrodita, possuindo as células reprodutivas para ambos os sexos em um mesmo indivíduo. No processo de reprodução, ocorre fecundação externa na qual os gametas são dispersos de maneira sincronizada na água. Em seguida, as larvas se desenvolvem até a forma de plâncton dos cnidários (pólipos) que são levados pelas correntes e marés até ocorrer a fixação no substrato ou ser predado por outros organismos.
A colônia dessa espécie forma um dos ecossistemas mais ricos existentes em todo o planeta. Os recifes de corais da região dos Abrolhos são reconhecidos mundialmente por sua grande biodiversidade e alta taxa de endemismo. Também possuem estruturas únicas chamadas de “chapeirões” que são colônias desses animais, principalmente de corais-cérebro, que se erguem desde o fundo e se abrem em formato de arco próximo à superfície, formando colunas em forma de domos, podendo chegar a 20 metros de altura.
Entre diversas pressões, o M. braziliensis, assim como as demais espécies de corais são severamente afetados pela alta taxa de sedimentação. Após a revolução industrial, o fluxo antropogênico de matéria despejado em rios e mares se tornou três vezes maior do que o volume antes a esse evento. A deposição em grande quantidade dessas partículas sobre as colônias impacta negativamente em vários aspectos, como redução da fotossíntese, abrasão (lesão tecidual), sufocamento e redução e consumo de energia, que, por fim, promovem um desequilíbrio metabólico e comprometimento da integridade física. Isso pode ser intensificado quando nessa turbidez há a presença de matéria orgânica associada ao sedimento, provocando a redução da luminosidade.
Porém, diferente do que ocorre em outras partes do globo onde os recifes normalmente se encontram em condições oligotróficas, no Brasil, frequentemente os ecossistemas recifais estão expostos à altas taxas de sedimentação comparado à outras regiões do mundo. Para sobreviverem a esse tipo de ambiente, as espécies de corais brasileiras possuem mecanismos adaptativos muito específicos.
O coral-cérebro possui essas adaptações ao ambiente com nível de turbidez extremamente alto, o que lhe permite se desenvolver-se muito bem nessas águas, a ponto de ser a principal espécie construtora do banco do Abrolhos. Desse modo, podemos considerar que essa espécie possui uma alta tolerância à sedimentação. Entre suas adaptações que lhe permitem isso, podemos destacar a sua forma hemisférica. Diferentemente de outras espécies que podem apresentar invaginações ou achatamento, havendo assim espaços para a retenção dessas partículas, o formato hemisférico do M. braziliensis facilita a remoção do material acumulado, não havendo tantos espaços para sobreposição de sedimentos.. Assim, impulsionado pela gravidade e movimento da água, grande parte do material que se depositar sobre a sua superfície pode ser disperso mais facilmente
Há também a ocorrência da associação de matéria orgânica com o sedimento que possibilita o agravamento do dano sobre o coral, fazendo com que haja a proliferação de microrganismos. M. braziliensis possui uma microbiota muito específica, podendo ser única para cada indivíduo, servindo-lhe como uma proteção. Porém, com o aumento de matéria orgânica associada ao sedimento, essa proteção pode ser comprometida, fazendo com que o pólipo venha ter diversas doenças. Essas patologias são causadas principalmente por proteobactérias que formam colônias sobre os pólipos. Isso, juntamente com outros fatores, oferece grande risco à essa e outras espécies de corais. Há projeções que apresentam um cenário de extinção em massa do coral-cérebro caso a taxa de mortandade relacionada a doenças não for revertida.
Por fim, a resposta para a alta taxa de endemismo na região dos Abrolhos é atribuída a essa tolerância que os recifes brasileiros apresentam ao ambiente com alto nível de sedimentação. É essa capacidade de se desenvolver efetivamente nesse ambiente que torna o coral cérebro e outras espécies brasileiras tão únicas em todo mundo.