Riellaceae é uma família monotípica de hepáticas (Marchantiophyta) cujo único género, Riella, agrupa cerca de 18 espécies.[4] Plantas incluídas nesta família são pequenas hepáticas talosas que crescem submersas em poças e charcos temporários pouco profundos. Apesar do género ter uma distribuição natural alargada no Hemisfério Norte, é difícil localizar populações, já que a sua ocorrência é esporádica e local e as plantas são minúsculas e efémeras. Os esporos são ornamentados mantêm-se viáveis durante vários anos, permitindo a sobrevivência em anos em que o habitat permaneça seco. As plantas são facilmente cultivadas em laboratório.[5]
As espécies que integram o género Riella são pequenas, geralmente com até 2 cm de comprimento, com uma morfologia taloide tão simples que faz estas plantas parecer algas imaturas.[4] A planta consiste num eixo erecto central ("cauloide"), muitas vezes bifurcado,[6] mas com poucas bifurcações em cada planta, de coloração verde brilhante.[7]
O caulídio apresenta uma fina lâmina dorsal ou "aleta", que por estar presente em apenas um dos lados confere à planta uma aparência assimétrica.[8] A lâmina é pregueada ou ondulada.[6] A lâmina tem a espessura de apenas uma camada singela de células, com todas as células clorofilosas e com parede celular fina.[9]
Antigas descrições da espécie tipo Riella helicophylla davam excessivo ênfase à forma espiralada da lâmina, que não ocorre nas outras espécies do género.[10] Uma espécie, Riella bialata, nativa do norte da África, apresenta duas lâminas ao longo do caulídio em vez da lâmina simples comum às restantes espécies.[6]
Para além da lâmina, o talo central apresente pequenas escamas delicadas, em forma de folha, distribuídas em três séries ao longo das suas faces lateral e ventral.[5] Estas escamas são dimorfas e contêm células com oleoplastos dispersas pelo seu tecido, com um único corpo oleoso por célula.[7] Riella é assim o único membro da ordem Sphaerocarpales que apresenta oleoplastos, apesar destes organelos serem comuns em muitos dos géneros da classe Marchantiopsida.[11]
Embora populações do género estejam presentes em quase todas as regiões do mundo, dando ao grupo um carácter cosmopolita, as populações Riella são esporádicas e estão limitadas a apenas algumas localidades conhecidas.[7] As plantas nunca são comuns e são encontradas na maioria das vezes em locais onde o verão é seco e o inverno é húmido e suave.[9]
Antes de 1900, o género Riella foi considerado como tendo distribuição natural limitada às regiões ao redor do Mediterrâneo.[8] As primeiras recolhas feitas fora desta região foram publicadas em 1902, quando Morten Pedersen Porsild relatou ter colectado R. paulsenii no Cazaquistão em 1898.[12] Três espécimes adicionais foram recolhidos nos Estados Unidos, recolha que apenas foi reportada em 1903, embora um deles tivesse sido colectado muito antes, em 1855.[10] Desde então, foi reportada a presença de populações adicionais na África do Sul, sul da Argentina e sueste da Austrália.[4]
As espécies de Riella crescem principalmente como planta aquática submersa, raramente flutuante ou emergente.[6] Embora o género seja único entre as hepáticas como planta aquática submerso,[7] não é o único que contém hepáticas aquáticas.[4] As plantas crescem na água doce ou salobra de corpos de água temporários, raramente em águas permanentes.[7]
O género Riella foi publicado em 1852 por Camille Montagne.[2] O agrupamento recebeu o nome Riellaceae 40 anos mais tarde, por proposta de Adolf Engler.[1] A moderna briologia classifica a família Riellaceae na ordem Sphaerocarpales, em conjunto com as famílias Sphaerocarpaceae[13] e Monocarpaceae. Estudos de genética molecular, comparando as sequências genéticas de plantas de Riella, confirmam esta relação.[14]
O briologista Morten Pedersen Porsild reconheceu o subgénero Trabutiella com base na presença de aletas longitudinais no invólucro do arquegónio.[12] O outro subgénero (Riella subg. Riella) apresenta invólucros lisos, desprovidos do tecido das aletas.
A identificação das espécies de Riella é feita com recurso à morfologia dos esporos ou dos invólucros do arquegónio, uma vez que os gametófitos do género apresentam poucas características distintivas nos seus tecidos não reprodutivos.[7] O número de espécies consideradas como validamente descritas integradas no género varia entre 19,[9] 18,[4] e 17 táxons.[7]
O género Riella inclui as seguintes espécies:
Riellaceae é uma família monotípica de hepáticas (Marchantiophyta) cujo único género, Riella, agrupa cerca de 18 espécies. Plantas incluídas nesta família são pequenas hepáticas talosas que crescem submersas em poças e charcos temporários pouco profundos. Apesar do género ter uma distribuição natural alargada no Hemisfério Norte, é difícil localizar populações, já que a sua ocorrência é esporádica e local e as plantas são minúsculas e efémeras. Os esporos são ornamentados mantêm-se viáveis durante vários anos, permitindo a sobrevivência em anos em que o habitat permaneça seco. As plantas são facilmente cultivadas em laboratório.