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Tatu-de-rabo-mole-pequeno ( Portuguese )

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Tatu-de-rabo-mole-pequeno, tatu-de-rabo-mole e tatu-rabo-de-couro (nome científico: Cabassous unicinctus),[2] também referido genericamente como cabaçu, cabuçu, tatuaíva e tatuxima,[3] é uma espécie de tatu da família dos clamiforídeos (Chlamyphoridae) da América do Sul. Ocorre no Bolívia, Equador, Peru, Paraguai Colômbia, Venezuela, Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.[4] Foi descrito por Carlos Lineu, em 1758, na 10.ª edição do Sistema Naturae.[5] É tido como pouco preocupante nas listas de conservação do Brasil e internacionais, porém mais estudos precisam ser realizados para se ter maior clareza da ecologia dessa espécie. Pensa que a designação Tatu-de-rabo-mole-pequeno possa englobar mais de uma espécie que não se confirmou pela ausência de mais informações.[2]

Etimologia

Seus nomes comuns advêm do tupi-guarani: tatu de tatú;[6] cabaçu de kawa-wasú;[7] cabuçu de kawusú;[8] tatuaíva de tatu-aíwa;[9] e tatuxima de tatu-wa-sýma.[10]

Descrição

Menores do que alguns outros tatus, os machos medem em média 36 centímetros (14 polegadas) de comprimento da cabeça até a ponta corpo e pesam cerca de 3,0 quilos (6,6 libras), enquanto as fêmeas são maiores, medindo 38 centímetros (15 polegadas) e pesando 3,8 quilos ( 8,4 libras). A cauda mede cerca de 16 centímetros em ambos os sexos e tem apenas escamas minúsculas em sua pele, ao contrário das escamas maiores encontradas na maioria das outras espécies de tatu.[11]

A parte superior do corpo é coberta por uma carapaça óssea cinza escura de placas quadradas. Na parte média do corpo, essa carapaça é dividida em uma série de dez a treze anéis móveis, dando ao animal algum grau de flexibilidade. Os indivíduos presentes mais ao norte de sua distribuição possuem uma faixa clara que margeia a carapaça. Embora existam alguns pelos eriçados ao redor das margens das escamas, a cauda e a parte inferior do animal não têm pelos. A armadura cobre a nuca e se estende até a cabeça entre as orelhas. Escamas menores e mais finas também são encontradas nas bochechas e na superfície externa das orelhas. O focinho é relativamente curto e as orelhas grandes e afuniladas. Existem cinco dedos com garras em cada pé, com as garras do meio nos membros anteriores sendo particularmente grandes e em forma de foice.[2][11]

Distribuição e habitat

Os tatus-de-rabo-mole-pequeno são encontrados em todo o norte da América do Sul a leste dos Andes, estando presentes na Bolívia, Equador, Peru, Paraguai Colômbia, Venezuela, Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.[4] Especialmente no Brasil, se estende por 108 município, até o sul dos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, ocorrendo em diferentes biomas (Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal).[5][12] Estima-se que há, em média, 0,27 indivíduo por hectare em estudo realizado na Estação Ecológica de Itirapina, em São Paulo.[2] Mais estudos precisam ser realizados para determinar se esse táxon é representado por apenas uma espécie ou se há ao menos duas, uma no norte e outra no sul.[2]

Duas subespécies são reconhecidas:[2]

Biologia e comportamento

Os tatus-de-rabo-mole-pequeno são solitários e são considerados noturnos nos trópicos,[13][12] mas foi relatado que são diurnos mais ao sul.[11] Como muitos tatus, é insetívoro,[13] alimentando-se quase inteiramente de formigas e cupins.[12] A reprodução ocorre durante todo o ano,[14] e os animais vivem até sete anos em cativeiro.[11]

Os tatus têm hábitos fossoriais e passam grande parte do tempo cavando tocas com cerca de 16 centímetros de diâmetro. As partes externas da toca são arredondadas, uma vez que o animal inicialmente gira seu corpo enquanto cava, mas se tornam mais planas cerca de 45 centímetros a partir da entrada. Normalmente estão localizadas em cupinzeiros.[15] São capazes de desaparecer em 45 segundos em solos macios e não reutilizam suas tocas.[2]

Conservação

Apesar de classificada como não ameaçada nas listas sobre conservação do Brasil,[2] a caça, perda de habitat, incêndios e agricultura são ameaças comuns às populações de tatus, sobretudo no Cerrado. Na IUCN, por sua vez, é descrita como espécie pouco preocupante.[4] No Pantanal, é ocasionalmente consumido pelos locais, mas visto que sua caça é oportunística, não apresenta risco visível aos indivíduos.[2]

Referências

  1. Anacleto, T.C.S.; Moraes Tomas, W.; Superina, M. (2014). «Cabassous unicinctus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2014: e.T3415A47437949. doi:. Consultado em 19 de novembro de 2021
  2. a b c d e f g h i Anacleto, Teresa Cristina da Silveira; Chiarello, Adriano Garcia; Miranda, Flávia Regina; Silva, Kena Ferrari Moreira da; Vaz, Sérgio Maia; Timo, Thiago Philipe de Camargo e. «Mamíferos - Cabassous unicinctus - tatu de rabo mole pequeno - Avaliação do Risco de Extinção de Cabassous UNICINCTUS lINNAEUS, 1758 no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  3. «Tatu-de-rabo-mole». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  4. a b c Anacleto, T. C. S.; Moraes Tomas, W.; Superina, M. (2014). «Southern Naked-Tailed Armadillo - Cabassous unicinctus». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T3415A47437949. doi:10.2305/IUCN.UK.2014-1.RLTS.T3415A47437949.en. Consultado em 17 de julho de 2021
  5. a b «Ocorrência de Tatu-de-rabo-mole, Cabassous unicinctus (Cingulata, Dasypodidae) no Pantanal, Brasil» (PDF). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. 87: 7. Novembro de 2009. ISSN 1981-7215
  6. «Tatu». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  7. «Cabaçu». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  8. «Cabuçu». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  9. «Tatuaíva». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  10. «Tatuxima». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
  11. a b c d Hayssen, V. (2014). «Cabassous unicinctus». Mammalian Species. 46 (907): 16–23. doi:10.1644/907
  12. a b c Emmons, Louise H.; Feer, François (2 de setembro de 1997). Neotropical rainforest mammals. A field guide 2nd ed. Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago. pp. 46–47. ISBN 978-0-226-20721-6. OCLC 44179508
  13. a b «Cabassous unicinctus» (em inglês). ITIS (www.itis.gov)
  14. Bonato, V.E.; et al. (2008). «Ecology of the armadillos Cabassous unicinctus and Euphractus sexcinctus (Cingulata: Dasypodidae) in a Brazilian cerrado». Jornal de Mamalogia. 89 (1): 168–174. doi:10.1644/06-MAMM-A-187.1
  15. Carter, T.S.; Encarnação, C.D. (1983). «Characteristics and use of burrows by four species of armadillos in Brazil». Jornal de Mamalogia. 64 (1): 103–108. doi:10.2307/1380755
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