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Prunus lusitanica ( Português )

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A Prunus lusitanica, commumente conhecida como azereiro[1] ou loureiro-de-portugal,[2] é uma espécie de cerejeira nativa do sudoeste de França, Espanha, Portugal, Marrocos.[3][4]

É considerada uma relíquia das florestas de lauráceas que dominavam a área da bacia do Mediterrâneo no Terciário. Com o fecho do mar a leste, e consequente alteração climática para um ambiente cada vez mais árido, este tipo de florestas recuou e extinguiu-se quase completamente, tendo sobrevivido em apenas alguns enclaves húmidos ou de montanha (como o norte de Portugal e Espanha, as montanhas marroquinas e os Pirenéus franceses e espanhóis) e na região da Macaronésia composta pelas ilhas atlânticas da Madeira e das Canárias. Foi nestes refúgios temperados que esta espécie sobreviveu até aos nossos dias, em especial na Macaronésia onde a floresta laurissilva é atualmente o único tipo de floresta.

A espécie foi cientificamente descrita pela primeira vez por Linnaeus no seu Species Plantarum de 1753. O seu restritivo específico lusitanica, refere-se à Lusitânia, o nome romano para a atual área onde se situa parte de Portugal.

Sub-espécies

Das três sub-espécies anteriormente reconhecidas,[3] apenas é atualmente considerada a

  • Prunus lusitanica subsp. lusitanica - Europa continental e norte de África.

As restantes subspécies eram:

  • Prunus lusitanica subsp. azorica (Mouill.) Franco - Açores. Esta subespécie é actualmente considerada espécia autónoma com o nome de Prunus azorica.[5]
  • Prunus lusitanica subsp. hixa (Willd.) Franco - Madeira, Ilhas Canárias e Marrocos. Esta sub-espécie é actualmente considerada como espécie separada, endémica dos arquipélagos da Madeira e Canárias - Prunus hixa Willd.[6]

Características

Trata-se de um arbusto ou pequena árvore perene, crescendo entre 3 a 15 metros. A casca da árvore é castanho escura. As folhas são alternadas, ovais, entre 7–12 cm de comprimento e 3–5 cm de largura, com o ápice acuminado, pecíolo avermelhado, margens dentadas, coriáceas e de cor verde escura e brilhante na página superior, ligeiramente mais clara na inferior. São superficialmente semelhantes às folhas do loureiro, o que leva a que sejam por vezes confundidas. As flores são pequenas (10–15 mm de diâmetro) com cinco pequenas pétalas; são produzidas em inflorescências eretas ou ramificadas com um comprimento entre 15–25 cm, no final da Primavera, início do Verão. O fruto é uma pequena cereja (drupa) ovoide, com 8–13 mm de diâmetro, verde ou vermelho-esverdeado de início, tornando-se negro-purpúreo ou negro quando amadurece no final do Verão ou início do Outono.[7]

É uma espécie rara na natureza, ocorrendo essencialmente ao longo de riachos e ribeiros de montanha, preferindo zonas ensolaradas e solos húmidos, mas com boa drenagem. É moderadamente tolerante à seca. Reproduz-se sexuadamente (o método mais eficiente) ou assexuadamente através da clonagem de rebentos.[8]

Cultivo e usos

Muito cultivada como planta ornamental e é utilizada como planta de vedação. O fruto é muito amargo e não comestível, mesmo quando totalmente maduro, podendo ser tóxico.[9]

Ver também

Referências

  1. Infopédia. «azereiro | Definição ou significado de azereiro no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 24 de junho de 2021
  2. Infopédia. «loureiro-de-portugal | Definição ou significado de loureiro-de-portugal no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 24 de junho de 2021
  3. a b Euro+Med Plantbase Project: Prunus lusitanica Arquivado em 28 de setembro de 2007, no Wayback Machine.
  4. Germplasm Resources Information Network: Prunus lusitanica Arquivado em 2 de dezembro de 2013, no Wayback Machine.
  5. Azores BioPortal.
  6. Costa, J.C., Capelo, J., Jardim, R., Sequeira, M. (2004). Catálogo florístico do arquipélago da Madeira. Quercetea 6:197 [1] Arquivado em 24 de novembro de 2011, no Wayback Machine.
  7. Rushforth, K. (1999). Trees of Britain and Europe. Collins ISBN 0-00-220013-9.
  8. Alarcon, J. A. C. (2001). Geobotany and Conservation Biology Study on Prunus lusitanica L. Iberian populations. Departamento de Biologia. Facultad de Ciencias, Universidad Autonoma de Madrid. Disponível online Arquivado em 14 de abril de 2006, no Wayback Machine. (ficheiro pdf).
  9. Plants for a Future: Prunus lusitanica
  • Árvores e Florestas de Portugal - Açores e Madeira, Edic. Público, Comunicações, SA. Dep. Legal nº 254481/2007
  • Erik Sjögren - Plantas e Flores dos Açores. Edição do autor 2001.
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Prunus lusitanica: Brief Summary ( Português )

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A Prunus lusitanica, commumente conhecida como azereiro ou loureiro-de-portugal, é uma espécie de cerejeira nativa do sudoeste de França, Espanha, Portugal, Marrocos.

É considerada uma relíquia das florestas de lauráceas que dominavam a área da bacia do Mediterrâneo no Terciário. Com o fecho do mar a leste, e consequente alteração climática para um ambiente cada vez mais árido, este tipo de florestas recuou e extinguiu-se quase completamente, tendo sobrevivido em apenas alguns enclaves húmidos ou de montanha (como o norte de Portugal e Espanha, as montanhas marroquinas e os Pirenéus franceses e espanhóis) e na região da Macaronésia composta pelas ilhas atlânticas da Madeira e das Canárias. Foi nestes refúgios temperados que esta espécie sobreviveu até aos nossos dias, em especial na Macaronésia onde a floresta laurissilva é atualmente o único tipo de floresta.

A espécie foi cientificamente descrita pela primeira vez por Linnaeus no seu Species Plantarum de 1753. O seu restritivo específico lusitanica, refere-se à Lusitânia, o nome romano para a atual área onde se situa parte de Portugal.

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