dcsimg

Armillaria ( Portuguese )

provided by wikipedia PT
 src=
A. cepistipes
 src=
A. borealis
 src=
A. gallica
 src=
A. luteobubalina
 src=
A. tabescens

Armillaria é um género de fungos parasitas que vivem em árvores e arbustos lenhosos. Inclui mais de 40 espécies antes agrupadas numa única, A. mellea. Estes fungos têm uma vida longa e formam alguns dos maiores organismos do mundo. O maior organismo individual (da espécie Armillaria ostoyae) cobre mais de 8.9 km² e tem milhares de anos de idade. Algumas espécies de Armillaria formam micorrizas de orquídeas;[1] outras, como A. gallica, A. mellea, e A. tabescens, são bioluminescentes.[2] e podem ser responsáveis por fenómenos como o fogo-fátuo.

Como patógeno florestal, Armillaria pode ser muito destrutivo. É responsável pela podridão branca das florestas e distingue-se de Tricholoma (micorrízico) por esta natureza parasítica, sendo capaz de infectar mais de 600 espécies de plantas lenhosas.[3] A sua grande destrutividade vem do facto de, ao contrário da maioria dos parasitas, não necessitar de moderar o seu crescimento de forma a evitar matar o seu hospedeiro, uma vez que continuará a desenvolver-se sobre a matéria morta. É o maior ser vivo do mundo.[4]

Descrição

Os corpos frutíferos são cogumelos que crescem em madeira, tipicamente em pequenos amontoados densos. Os seus chapéus são tipicamente amarelo-acastanhados, algo pegajosos ao toque quando húmidos, e, dependendo da idade, com forma cónica a convexa. O pode ou não ter anel. Todas as espécies de Armillaria têm esporada branca e nenhuma tem volva.[5]

Espécies grosseiramente similares são Pholiota spp. que também cresce em amontoados cespitosos em madeira e que frutificam no outono. Porém Pholiota spp. têm aparência amarelada a amarelo-esverdeada e esporada castanho-escura a castanho-acinzentada. Os colectores de cogumelos necessitam ter especial cuidado com Galerina spp. que pode crescer lado a lado com Armillaria spp. também em madeira. Galerina tem esporada castanho-escura e é mortal.

Patologia vegetal

É um organismo patogénico que afecta árvores, arbustos, trepadeiras lenhosas e, raramente herbáceas perenes lenhosas. Desenvolve-se sobre árvores vivas bem como em material lenhoso em decomposição.

Dispersa-se por meio de rizomorfos semelhantes a raízes de cor castanho-avermelhada a negra, à velocidade de aproximadamente 1 m por ano, embora a infecção por contacto radicular seja também possível. A infecção por esporos é rara. Os rizomorfos desenvolvem-se relativamente próximo da superfície do solo (nos 20 cm superiores) e invadem novas raízes de plantas lenhosas. Uma árvore infectada morrerá assim que o fungo a rodear, ou quando tiver ocorrido morte radicular significativa. Tal pode suceder rapidamente, ou pode levar vários anos a acontecer. As plantas infectadas deterioram-se, embora possam apresentar produção prolífica de flores e frutos pouco antes de morrerem.

Os sintomas iniciais de infecção incluem a morte de ramos folhosos ou o não aparecimento de de folhas na primavera. Filamentos negros semelhantes a atacadores de sapatos surgem sob a casca e em volta da árvore, e os corpos frutíferos crescem em amontoados desde a planta afectada desaparecendo após a primeira geada. Porém, estes sinais não significam necessariamente que as estirpes patogénicas deste fungo sejam a causa do declínio ou morte da planta, pelo que outros métodos de identificação deverão ser usados antes de fazer o diagnóstico. A presença de camadas finas de micélio, exalando forte odor a cogumelos, sob a casca na base do tronco ou caule, por vezes estendendo-se para cima, ou uma goma ou resina exsudando de fissuras na casca de coníferas indicam que o fungo será a causa provável do problema.

Taxonomia

Muitas espécies são difíceis ou impossíveis de distinguir-se de outras usando características observáveis; testes laboratoriais de incompatibilidade são muitas vezes usados em culturas puras para determinar a espécie de modo fiável. Devido às dificuldades colocadas à identificação rotineira das espécies, o uso de sequenciação de ADN e filogenética tornou-se o método padrão para ajudar a clarificar relações entre as espécies. As espécies diferem na sua distribuição geográfica e posição ecológica, especificidade de hospedeiros, caracteres micro e macroscópicos, e também quanto à sua agressividade na colonização de hospedeiros lenhosos. Segue-se uma lista de espécies de Armillaria baseada na resenha taxonómica de Daniel Pegler em 2000,[6] bem como em espécies novas publicadas desde então.[7]

Ver também

Notas

  1. A primeira citação fornecida é a publicação original contendo a descrição da espécie; quaisquer citações adicionais contêm informação sobre a distribuição geográfica.

Referências

  1. Cha JY, Igarashi T, J. Y.; Igarashi, T. (1995). «Armillaria species associated with Gastrodia elata in Japan». European Journal of Forest Pathology. 25 (6–7): 319–26. doi:10.1111/j.1439-0329.1995.tb01347.x
  2. Mihail JD, Bruhn JN., JD; Bruhn, JN (2007). «Dynamics of bioluminescence by Armillaria gallica, A. mellea and A. tabescens». Mycologia. 99 (3): 341–50. PMID 17883025. doi:10.3852/mycologia.99.3.341
  3. Tainter FH, Baker FA. (1996). Principles of Forest Pathology. Chichester: Wiley. p. 424. ISBN 978-0471129523
  4. ¿Cuál es el ser vivo más grande del planeta?
  5. Pegler DN. (2000). «Taxonomy, nomenclature and description of Armillaria». In: Fox RTV. Armillaria Root Rot: Biology and Control of Honey Fungus. [S.l.]: Intercept. pp. 81–93. ISBN 1-898298-64-5
  6. Pegler DN. (2000). «Taxonomy, nomenclature and description of Armillaria». In: Fox RTV. Armillaria Root Rot: Biology and Control of Honey Fungus. [S.l.]: Intercept. pp. 81–93. ISBN 1-898298-64-5
  7. a b Lima MLA. Asai T, Capelari M. (2008). «Armillaria paulensis: a new South American species». Mycological Research. 112 (9): 1122–28. PMID 18692378. doi:10.1016/j.mycres.2008.03.006
  8. a b c d e f g h i Saccardo PA. (1887). «Sylloge Hymenomycetum, Vol. I. Agaricineae». Sylloge Fungorum. 5: 1–1146
  9. Chandra A, Watling R. (1982). «Indian Armillaria Basidiomycotina». Kavaka. 10: 63–84
  10. a b c Volk TJ, Burdsall HH Jr. (1995). «A nomenclatural study of Armillaria and Armillariella species (Basidiomycotina, Tricholomataceae)» (PDF). Synopsis Fungorum. 8: 24. Consultado em 21 de novembro de 2009
  11. Marxmüller H. (1982). «Étude morphologique des Armillaria ss.str. à anneau». Bulletin de la Société Mycologique de France. 98 (1): 87–124
  12. a b c d e f Qin GF, Zhao J, Korhonen K. (2007). «A study on intersterility groups of Armillaria in China». Mycologia. 99 (3): 430–41. PMID 17883035. doi:10.3852/mycologia.99.3.430. Consultado em 21 de novembro de 2009 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  13. a b Bérubé JA, Dessureault M. (1989). «Morphological studies of the Armillaria mellea complex: Two new species, A. gemina and A. calvescens». Mycologia. 81 (2): 216–25. doi:10.2307/3759703
  14. Courtecuisse R. (1995). «Taxonomy of some fungi used by the Songola people (Zaïre)». African Study Monographs. 16 (1): 45–60
  15. The original spelling of the species name was cepaestipes. Velenovský J. (1920). České Houby. 2. Prague, Czechoslovakia: České Botanické Společnosti. p. 283. Consultado em 21 de novembro de 2009[ligação inativa]
  16. a b c d e Ota Y, Sotome K, Hasegawa E. (2009). «Seven Armillaria species identified from Hokkaido Island, northern Japan». Mycoscience. 50 (6): 442–47. doi:10.1007/s10267-009-0505-1 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  17. Lamoure D. (1965). «Título ainda não informado (favor adicionar)». Comptes rendus hebdomadaires des seances de l'Academie des Sciences, Paris. 260: 4562
  18. a b c d e Kile GA, Watling R. (1983). «Armillaria species from southeastern Australia». Transactions of the British Mycological Society. 81: 129–40. doi:10.1016/S0007-1536(83)80212-5
  19. Petch T. (1909). «New Ceylon fungi». Annals of the Royal Botanic Gardens Peradeniya. 4: 299–307
  20. Wingfield BD, Maphosa L, Coetzee MPA, Mwenje E, Wingfield MJ. (2009). «Characterisation of Zimbabwean Armillaria using IGS-1 sequences and AFLP analysis». Fungal Diversity. 34: 187–96 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  21. Marxmüller H. (1987). «Quelques remargues complémentaires sur les Armillaires annelées». Bulletin Trimestriel de la Société Mycologique de France (em francês). 103: 137–56
  22. Pildain MB, Coetzee MPA, Rajchenberg M, Petersen RH, Wingfield MJ, Wingfield BD. (2009). «Molecular phylogeny of Armillaria from the Patagonian Andes». Mycological Progress. 8 (3): 181–94. doi:10.1007/s11557-009-0590-8 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  23. Pegler DN. (1977). «A preliminary Agaric flora of East Africa». Kew Bulletin, additional Series. 6: 1–615
  24. a b Cha JY, Sung JM, Igarashi T. (1994). «Biological species and morphological characteristics of Armillaria mellea complex in Hokkaido: A. sinapina and two new species, A. jezoensis and A. singula». Mycoscience. 35 (1): 39–47. doi:10.1007/BF02268526 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  25. a b Boesewinkel HJ. (1977). «New plant disease records in New Zealand: records in the period 1969-76». New Zealand Journal of Agricultural Research. 20: 585
  26. Coetzee MPA, Wingfield BD, Bloomer P, Ridley GS, Wingfield MJ. (2003). «Molecular identification and phylogeny of Armillaria isolates from South America and Indo-Malaysia». Mycologia. 95 (2): 285–93. ISSN 0027-5514. doi:10.2307/3762039 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  27. Kummer P. (1871). Der Führer in die Pilzkunde. [S.l.]: Zerbst. pp. 1–146
  28. a b c d e Herink J. (1973). «Taxonomie václavky obecné – Armillaria mellea (Vahl ex Fr.) Kumm». In: Hasek J. Sympozium o Václavce Obecné Armillaria mellea (Vahl ex Fr.) Kumm. Brno, Czechoslovakia: Vysoká Skola Zemĕdĕlská v Brné. pp. 21–48
  29. Volk TJ, Burdsall HH, Banik MT. (1996). «Armillaria nabsnona, a new species from western North America». Mycologia. 88 (3): 484–91. doi:10.2307/3760888. Consultado em 21 de setembro de 2009 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  30. Kile GA, Watling R. (1988). «Identification and occurrence of Australian Armillaria species, including Armillaria pallidula sp. nov and comparative studies between them and non-Australian tropical and Indian Armillaria». Transactions of the British Mycological Society. 91 (2): 305–15. doi:10.1016/S0007-1536(88)80219-5
  31. Beeli M. (1927). «Contribution à l'étude de la flore mycologique du Congo II». Bulletin de la Société Royale de Botanique de Belgique. 59: 101–12
  32. a b Spegazzine C. (1889). «Fungi Puiggariani. Pugillus 1». Boletín, Academia nacional de Ciencias, Córdoba. 11 (4): 381–622
  33. Bérubé JA, Dessureault M. (1988). «Morphological characterization of Armillaria ostoyae and Armillaria sinapina sp. nov.». Canadian Journal of Botany. 66 (10): 2027–34
  34. Fayod MV. (1889). «Prodrome d'une histoire naturelle des Agaricinés». Annales des Sciences Naturelles, Botanique. 9 (VII): 181–411
  35. Antonin V, Jankovsky L, Lochman J, Tomšovsky M. (2006). «Armillaria socialis – morphological-anatomical and ecological characteristics, pathology, distribution in the Czech Republic and Europe» (PDF). Czech Mycology. 58 (3–4): 209–24 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)[ligação inativa]
  36. Emel (1921). Le Genre Armillaria, Fr., Sa Suppression de la Systèmatiquê Botanique. Thèse. [S.l.]: Faculté de Pharmacie, Université de Strasbourg
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Honey fungus», especificamente .
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «List of Armillaria species», especificamente .

 title=
license
cc-by-sa-3.0
copyright
Autores e editores de Wikipedia
original
visit source
partner site
wikipedia PT

Armillaria: Brief Summary ( Portuguese )

provided by wikipedia PT
 src= A. cepistipes  src= A. borealis  src= A. gallica  src= Armillaria hinnulea  src= A. luteobubalina  src= A. tabescens

Armillaria é um género de fungos parasitas que vivem em árvores e arbustos lenhosos. Inclui mais de 40 espécies antes agrupadas numa única, A. mellea. Estes fungos têm uma vida longa e formam alguns dos maiores organismos do mundo. O maior organismo individual (da espécie Armillaria ostoyae) cobre mais de 8.9 km² e tem milhares de anos de idade. Algumas espécies de Armillaria formam micorrizas de orquídeas; outras, como A. gallica, A. mellea, e A. tabescens, são bioluminescentes. e podem ser responsáveis por fenómenos como o fogo-fátuo.

Como patógeno florestal, Armillaria pode ser muito destrutivo. É responsável pela podridão branca das florestas e distingue-se de Tricholoma (micorrízico) por esta natureza parasítica, sendo capaz de infectar mais de 600 espécies de plantas lenhosas. A sua grande destrutividade vem do facto de, ao contrário da maioria dos parasitas, não necessitar de moderar o seu crescimento de forma a evitar matar o seu hospedeiro, uma vez que continuará a desenvolver-se sobre a matéria morta. É o maior ser vivo do mundo.

license
cc-by-sa-3.0
copyright
Autores e editores de Wikipedia
original
visit source
partner site
wikipedia PT